Bem-Vindo À Casa dos Mortos.

 

BEM-VINDO À CASA DOS MORTOS

VIVO OU MORTO?

 

Amanda e Josh acham que a casa para a qual acabaram de se

mudar é esquisita. Horripilante. Talvez assombrada. E a cidade de

Dark Falls também é bastante estranha. Mas os pais deles não

concordam. "Vocês vão se acostumar ", eles disseram.

"Vão passear e façam novas amizades."

Amanda e Josh obedeceram. Mas os novos amigos que eles

encontraram são bem diferentes... e muito assustadores!

 

Primeiras Páginas

 

                                  2ª

 Stine, R. L. 

       Goosebumps : Bem-Vvndo à casa dos mortos / R.L.Stine ;                                                

 versão brasileira  : Editora Fundamento. - São Paulo - SP : Editora Fundamento

 Educacional, 2006

         Título original  : Goosebumps : Welcome to Dead House

        1. Literatura infanto-juvenil I. Título.

 

 

                                3ª

   

    

    JOSH E EU destamos nossa casa nova.

    É verdade que ela era bem grande e parecia uma mansão

comparada à nossa antiga casa. Era uma casa alta de tijolos vermelhos,

com um telhado preto inclinado e fileiras de janelas emolduradas por

venezianas pretas.

    Que casa escura, pensei, observando-a da rua. Todo o prédio

estava envolvido pela escuridão, como se estivesse se escondendo

nas sombras das árvores velhas e retorcidas que se curvavam sobre ela.

    Estávamos no meio de julho, mas o jardim da frente estava

coberto de folhas mortas, e nossos tênis fizeram barulho ao passar por

cima delas quando subimos a entrada de carros coberta de cascalho.

    O mato alto aparecia em todos os lugares entre as folhas mortas

e também tinha tomado conta de um velho canteiro de flores ao lado

da varanda da frente.

    Essa casa é assustadora, pensei infeliz.

    Josh deve estar pensando a mesma coisa. Olhamos a velha casa

e soltamos um gemido alto.

    O sr. Dawes, o jovem simpático da imobiliária local, parou perto

da calçada e se virou.

    - Tudo certo aí? - ele perguntou, olhando primeiro para Josh e

então para mim, com os seus olhos azuis.

    - Josh e Amanda não estão contentes com a mudança - papai

explicou, enfiando a camisa nas calças. Papai é um pouco gordo, e suas 

camisas sempre acabam escapando.

    - É difícil para as crianças - minha mãe acrescentou, sorrindo

para o sr. Dawes com as mãos enfiadas nos bolsos dos jeans, enquanto

continuava a subir até a porta da frente. - Sabe como é... deixar todos

os amigos, mudar para um lugar novo e estranho.

    - É estranho mesmo - Josh disse, balançando a cabeça - Essa

casa é horrível.

                                    4ª

    

    - É uma casa velha com certeza - o sr. Dawwes concordou, rindo

e dando um tapinha nas costas de Josh .

    - Ela só precisa de um trato, Josh - papai disse, sorrindo apra o

corretor. - Faz tempo que nínguem mora aqui, portanto está precisando

de alguns consertos. 

    - Olhe come é grande - mamãe ajuntou, ajeitando os cabelos

escuros e sorrindo para Josh. - Vamos ter espaço para um escritório

e talvez também para uma sala de jogos. Você gostaria disso, não é, 

Amanda? 

    Eu dei de ombros. Uma brisa gelada me fez estremecer. Na verdade,

era um dia lindo e quente de verão, mas, quanto mais chegávamos 

perto da casa, mais frio eu sentia.

    Imaginei que era por causa das árvores velhas e altas.

    Eu estava usando um short e uma camiseta sem mangas azul.

Tinha estado muito quente no carro, mas agora eu estava congelada.

Talvez esteja mais quente dentro da casa, pensei.

    - Quantos anos eles têm? - O sr. Dawes perguntou à minha mãe,

subindo na varanda da frente.

   -  Amanda tem doze, e Josh fez onze no mês passado.

    - Eles são muito parecidos - ele replicou.

    Não consegui entender se isso era um elogio ou não. Acho que é

verdade. Josh e eu somos altos e magros e temos cabelos ondulados e

olhos castanhos como os de papai. Todos dizem que parecemos muito

sérios.

    - Eu queria mesmo é ir para casa - Josh comentou com a voz

hesitante. - Detesto este lugar.

    O meu irmão é a criança mais impaciente do mundo e quando

toma uma decisão, nada faz ele mudar de idéia. Ele é um pouco

mimado. Pelo menos é o que eu acho. Sempre que faz a maior confusão

sobre alguma coisa, ele geralmente consegue o que quer.

    Nós podemos ser fisicamente parecidos, mas, na verdade, somos

muito diferentes. Sou muito mais paciente que Josh e muito mais sensata.

Provavelmente, porque sou mais velha e porque sou menina.

    Josh segurava a mão de papai e tentava puxá-lo de volta para o

carro.

                                  5ª

  

    - Vamos, pai, vamos embora.

    Eu sabia que, dessa vez, o meu irmão não iria conseguir o que

queria. Nós estávamos mudando para aquela casa, não havia dúvidas

a respeito. Afinal, ela não tinha custado nada. Um tio-avô de papai,

um homem que ele nem tinha conhecido, tinha morrido e deixado a

casa para o papai em seu testamento.

    Eu nunca vou me esquecer do dia em que papai recebeu a carta

do advogado. Ele soltou um grito e começou a dançar ao redor da sala

de visitas. Josh e eu pensamos que ele tinha ficado maluco.

    -O meu tio-avô nos deixou uma casa em seu testamento- papai

explicou, lendo e relendo a carta. - Fica numa cidade chamada Dark

Falls.

    - O quê? - Josh e eu gritamos. - Onde fica Dark Falls?

Papai deu de ombros.

    - Não me lembro do seu tio Charles - mamãe comentou, ficando

atrás de papai para ler a carta também.

    - Nem eu - papai confessou. - Mas ele deve ter sido um cara

legal! Uau! Essa casa parece ser fantástica! - ele agarrou as mãos de 

mamãe e começou a dançar alegremente com ela na sala.

    papau ficou muito entusiasmado. Ele vinha procurando uma

desculpa para largar o emprego chato no escritório e dedicar toto o

seu tempo à sua carreira de escritor. Aquela casa - totalmente de graça

- era exatamente a desculpa que ele estava procurando.

    E agora, uma semana depois, estávamos em Dark Falls, a quatro

horas de viagem de casa, vendo a nossa casa nova pela primeira vez.

 Nós nem tínhamos entrado, e Josh estava tentando arrastar papai de

volta para o carro.

    - Josh, pare de me puxar - papai protestou impaciente, tentando

livrar-se da mão do filho.

    Meu pai olhou para o sr. Dawes sem saber o que fazer. Percebi

que ele estava envergonhado pelo comportamento de Josh, então achei

que poderia ajudar.

    - Vamos, Josh - eu disse baixinho, segurando o ombro de meu

irmão. - Prometemos dar uma chance a Dark Falls, lembra?

 

                            6ª

 

    - Já fiz isso - Josh choramingou, sem largar a mão de nosso pai.

- Esta casa é velha, feia e eu a odeio.

    - Você nem entrou - papai retrucou zangado.

    - Isso, vamos entrar - o sr. Dawes insistiu, olhando para Josh.

    - Vou ficar aqui fora - Josh teimou.

    Às vezes, Josh é muito cabeça dura. Eu estava tão infeliz quanto

ele quando vi a casa escura e velha, mas nunca iria me comportar como

meu irmão.

    - Josh, você não quer escolher o seu quarto? - nossa mãe

perguntou.

    - Não - Josh resmungou.

    Nós dois olhamos para o primeiro andar. Havia duas janelas com

sacada, uma do lado da outra. Elas pareciam dois olhos escuros que

nos observavam.

    - Quanto tempo vocês viveram na sua antiga casa? - o sr. Dawes

quis saber.

    - Uns catorze anos - papai respondeu depois de pensar um pouco.

- As crianças moraram lá a vida toda.

    -Sempre é difícil mudar - o sr. Dawes comentou compreensivo,

olhando para mim. - Sabe, Amanda, eu me mudei para Dark Falls só

Há alguns meses. No começo, também não gostei muito,  mas agora

não trocaria a cidade por nenhuma outra - ele garantiu, piscando

para mim. Ele tinha uma covinha simpática no queixo quando sorria.

- Vamos entrar. É muito legal, vocês vão ficar surpresos.

    Todos seguimos o sr. Dawes menos Josh.

    - Tem outras crianças nesse quarteirão? - ele perguntou de um

jeito que mais parecia um desafio.

    - A escola fica a duas quadras daqui - ele contou, apontando

para a rua.

    - Viu? - mamãe interrompeu a depressa. - Uma curta caminhada 

até a escola. Nada mais de ônibus todas as manhãs.

    - Eu gostava do ônibus - Josh insistiu.

    Ele já tinha tomado sua decisão. Ele não ia dar folga aos nossos

pais, apesar de nós dois termos prometido encarar essa mudança com

boa vontade.

 

                                7ª

 

   Não sei o que o Josh imaginou que ia ganhar sendo tãp chato. Quer

dizer, nosso pai já tinha muito com o que se preocupar. Para começar,

ele ainda não tinha conseguido vender nossa antiga casa.

    Não gostei da idéia de mudar, mas eu sabia que herdar essa

casa enorme era uma grande oportunidade para nós. A nossa casa era

pequena e ficávamos todos amontoados. E, assim que papai conseguisse

vender a casa velha, não teríamos mais que nos preocupar com

dinheiro.

    Josh deveria, pelo menos, dar um tempo. Essa era minha

opinião.

    De repente, ouvimos Petey latindo e uivando do carro parado na

entrada da casa, criando a maior confusão.

    Petey é o nosso, um terrier branco de pêlo duro encaracolado,

bonitinho e geralmente bem comportado. Ele nunca se importava

de ficar sozinho no carro, mas agora estava ganindo alto e arranhando

a janela, desesperado para sair.

    - Petey! Quieto - eu gritei. Petey normalmente me obedecia.

    Mas não dessa vez.

    - Vou deixar ele sair - Josh avisou e saiu na direção do carro.

    - Não espere! - meu pai chamou.

    Mas acho que os latido fortes de Petey não deicharam Josh

ouvir.

    - Talvez seja bom deixar o cachorro explorar a casa - o sr. Dawes

sugeriu. - Afinal, ele também vai morar aqui.

    Segundos depois, Petey atravessou o jardim correndo, espalhando

folhas mortas e ganindo entusiasmado ao nos ver. Ele pulou em todo

nós como se não tivesse nos visto durante semanas e então, para nossa

surpresa, começou a soltar rosnados e latidos ameaçadores para o sr.

Dawes.

    - Petey, pare - mamãe gritou.

    - Ele nunca fez isso antes - nosso pai se desculpou. - Verdade,

ele costuma ser muito simpático.

    - Provavelmente ele está sentindo algum cheiro diferente em

mim. Talvez de outro cachorro - o sr. Dawes disse, afrouxando a gravata

listrada enquanto olhava desconfiado para o cachorro.

 

                           8ª

 

    Finalmente, Josh pegou Petey no colo e o afastou do corretor.

    - Pare, Petey - Josh brigou, segurando o cão perto do rosto. - O

sr. Dawes é nosso amigo.

    Petey choramingou e lambeu o rosto de Josh. Alguns minutos

depois, Josh o colocou no chão. Petey olhou para o sr. Dawes, depois

para mim e, então, decidiu farejar o jardim.

    - Vamos entrar - o sr. Dawes insistiu, passando os dedos pelos

cabelos loiros e curtos. Ele destrancou a porta da frente e a abriu.

    O sr. Dawes segurou a porta de tela para nós, e eu comecei a

seguir meus pais para dentro da casa.

    - Vou ficar aqui fora com Petey - Josh avisou da entrada.

    Meu pai ia protestar, mas mudou de idéia.

    - Tudo bem - ele disse, suspirando e balançando a cabeça. - Não

vou discutir com você. Não entre. Você pode morar ao lado de fora se

quiser - ele disse, parecendo bastante irritado.

    - Quero ficar com Petey - Josh repetiu, observando o cachorro

cheirar o canteiro de flores mortas.

    O sr. Dawes nos segiu até a entrada da sala e fechou a porta de

tela com cuidado atrás dele, olhando uma última vez para Josh.

    - Ele vai ficar bem - ele disse devagar, sorrindo para minha mãe.

    - Às vezes, ele é tão teimoso... - mamãe se desculpou, dando

uma espiada na sala de visitas. - Sinto muito por causa de Petey. Não

sei o que deu nele.

    - Não se preocupe. Vamos começar pela sala de visitas - o corretor

sugeriu, mostrando o caminho. - Acho que vocês vão gostar do espaço.

É verdade que precisa de uma reforma...

    Ele nos mostrou todos os aposentos, e eu estava começando a

ficar entusiasmada. A casa até que era legal e tinha muitos quartos e

armários. E o meu quarto era enorme, tinha seu própio banheiro e um

banco antigo na frente da janela, de onde eu podia enxergar a rua.

    Eu queria que Josh tivesse entrado com a gente. Tenho certeza

de que ele iria ficar mais satisfeito se visse como a casa era grande.

    Não acreditei que a casa tinha tantos quartos. TInha até

um sótão cheio de móveis antigos e pilhas de caixas de papelão velhas

e misteriosas, que podíamos explorar.

 

                               9ª

 

    Ficamos lá dentro por cerca de meia hora. Na verdade, eu não

estava me importando com o tempo. Acho que nós três estácamos

ficando animados.

    - Bom, acho que mostrei tudo a vocês - o sr. Dawes disse, olhando

o relógio e andando até a porta da frente.

    - Espere, quero dar mais uma olhada no meu quarto - eu disse

entusiasmada. Comecei a subir os degraus de dois em dois - Volto já,

já.

    - Depressa, querida. Com certeza, o sr. Dawes tem outros compromissos

- minha mãe pediu.

    Cheguei ao primeiro andar, corri pelo corredor estreito e entrei

no meu quarto novo.

    - Puxa! - exclamei em voz alta, e a palavra ecoou fracamente

nas paredes vazias.

    Ele era imenso. E adorei a janela com sacada e o banco na sua

frente. Fui até lá e espiei para fora. Vi nosso carro na entrada através

das árvores e, mais longe, uma casa muito parecida com a nossa do

outro lado da rua.

    Vou pôr minha cama nessa parede de frente para a janela, pensei

contente. E a minha escrivaninha pode ficar ali. Agora vou ter espaço

para um computador!

    Dei mais uma olhada no  armário enorme que tinha uma lâmpada

no teto e prateleiras na parede do fundo.

    Eu estava indo para a porta, pensando em que pôsteres eu iria

trazer quando vi o menino.

    Ele ficou parado na entrada durante um segundo e, então,virou-

se e desapareceu pelo corredor.

    - Josh? - eu chamei. - Ei, venha dar uma olhada!

    Assustada, percebi que não era meu irmão.

    Para começar, o garoto era loiro.

    - Ei! - chamei e corri para o corredor, parando na frnte do meu

quarto e olhando para os dois lados. - Quem está aí?

    Mas o corredor comprido estava vazio, e todas as outras portas

estavam fechadas.

"Ei, Amanda", eu disse em voz alta.

    Será que eu estava vendo coisas?

    Meus pais estavam me chamando do andar de baixo. Dei uma

última olhada no corredor escuro e corri para encontrá-los.

    -Ei, sr. Dawes - chamei enquanto descia as escadas correndo - ,

esta casa é assombrado?

    Ele riu, pois deve ter achado a pergunta engraçada.

    - Não, eu sinto muito - ele retrucou, observando-me com os

seus olhos azuis. - Fantasmas não estão incluídos na casa. Dizem que

muitas casas antigas da região são assombradas, mas acho que esta

não é uma delas.    

    - É... que eu achei que tinha visto uma coisa - contei, sentindo-

me um pouco boba.

    - Provavelmente eram só sombras - minha mãe deduziu. - A

casa fica muito escura com todas essas árvores.

    - Por que você não sai e conta a Josh o que achou da casa? - papai

sugeriu, enfiando a parte da frente da camisa nas calças. - A sua mãe

e eu temos algumas coisas a discutir com o sr. Dawes.

    - SIm, senhor! - eu concordei com uma pequena reverência

e, obediente, corri para fora para contar a Josh tudo o que ele tinha

deixado de ver. - Ei, Josh - chamei, porcurando pelo quintal, ansiosa.

- Josh?

    Fiquei assustada.

    Josh e Petey tinham desaparecido.

 

 

 

E esse foi só o primeiro capítulo do livro do LIVRO, compre o livro traduzido, e publicado

pela Editora Fundamento pra saber o final da histótia!!!

 

Assinado; Danilo Aires.